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Planeta Brutal

  • Foto do escritor: Admin
    Admin
  • 24 de jan. de 2018
  • 10 min de leitura

Olá tudo bom?

Eu fui no lançamento do livro Planeta Brutal do Raphael Miguel como já publiquei aqui, eu prometi fazer a resenha desse livro quando terminasse e aqui estou eu passando pra vocês meu ponto de vista sobre ele.

O livro Planeta Brutal entra em um mundo apocalíptico que só mostra quais seriam as consequências no futuro doque o ser humano está fazendo hoje com nosso planeta.

Falando um pouco sobre o conteúdo, toda a história se inicia em Urumã com uma jovem chamada Ester, de família religiosa e tradicional que conhece um amigo virtual, e então combinam de se ver

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porém sem data certa ainda, um dia ele se dispõe a ir até a cidade visitar a jovem e é ai que tudo começa. No dia do tão esperado encontro um desastre está para acontecer; um desastre do qual irá abalar a fé dos que habitam a cidade, raios e relâmpagos tomam conta do céu, sons altos saindo de uma fenda, terremotos onde pessoas são engolidas pela própria terra além de chamas que tomam conta do local. Após tantos acontecimentos houve um rebatizado e foi então que passou a se chamar de Kaiara, começa sua jornada para fugir desse local que se tornou um inferno.

Durante sua jornada ela enfrenta vários perigos, conhece pessoas e criaturas que habitam esse novo mundo que ela chamava de lar, trava batalhas para sobreviver em meio aos caos e tudo isso com o filho pequeno a seu lado.

Raphael criou vários personagens, mas como a Kaiara uma personagem forte, outro personagem polêmico é o Judah que se denomina como O Sobrevivente, além das criaturas que habitam como os aquáticos, o clã de Alin, além do vilãoHazz, entre outros personagens que se fazem presentes em cada capítulo.

Pra finalizar sem dar spoiler o livro é cheio de aventuras, tem um pequeno romance, batalhas com personagens muito fortes e claro no final sempre tem moral de toda a história.

Para queles que querem uma leitura nova com estilo apocalíptico eu super indico este livro, você

realmente consegue se imaginar vivendo aquele momento graças aos ricos detalhes que foram criados.

Eu pedi para o Raphael escrever um ponto de vista sobre o próprio livro e vou deixar aqui abaixo para vocês acompanharem:


Planeta Brutal por Raphael Miguel


Introdução

Fiquei um tanto pensativo quando fui procurado para falar um pouco sobre meu próprio livro com uma visão mais crítica e sincera. Afinal, falar do próprio trabalho é tão perigoso quanto prazeroso. Se falar demais, pode estragar a experiência do leitor; se falar pouco, pode ser que ninguém venha a se interessar. Mesmo assim, com esse dilema nas costas, acabei aceitando o desafio, porque fugir não faz muito o meu estilo. Então, vamos lá?


Cenário O primeiro fato que você precisa saber sobre Planeta Brutal é que as coisas estão bem feias pro lado da humanidade e o livro vai acompanhar exatamente o ponto de vista de alguns sobreviventes ao apocalipse.

“Não sei explicar com detalhes o que aconteceu, tudo que posso relatar é o que presenciei naquele momento, que ficou e ficará gravado para sempre em minha memória.” – Página 18; Prelúdio - O Fim.

O fenômeno apocalíptico é debatido durante todo o enredo, mas a verdadeira destruição do planeta foi causada pela ação de anos de degradação humana. Por isso, o cenário é caótico e a esperança em tempos melhores é quase nula.

“Deve conhecer os boatos, pequena. Ali, seguindo a linha pelo sudeste, há uma verdadeira vastidão desértica. Dizem ser um solo infértil, território onde poucos se arriscam a desbravar.” – Página 76; Capítulo 10 – A Rosa.

Ainda falando em cenários, a narrativa leva o leitor a uma viagem por um deserto que foi causado pelo avanço do aquecimento global. A capa do encadernado traz bem esta emoção, parece que se for balançado, sairá areia.

. “Além dos perigos constantes que espreitam a cada passo, uma das maiores dificuldades que se pode enfrentar ao transpassar o deserto sem fim é justamente a ocorrência das tempestades de areia.” – Página 85; Capítulo 12 – A Tempestade.

Porém, não só de areia e vermelhidão vive o mundo de Planeta Brutal. Apesar da história narrada se passar neste cenário, há muito mais destruição por aí. Devemos sempre ter em mente que a narrativa transmite apenas aquilo que os próprios personagens passam ao leitor.

“As pessoas deixaram o pior aflorar em Curumim. Após o que aconteceu, homens devoraram homens. Eu vi tudo e saí de lá a tempo. Surgiram hordas de vampiro que a dominaram. Hoje, Curumim é um lugar maldito e indesejável, além do deserto sem fim.” — Página 277; Capítulo Final – O Novo.

“A lenda de Kanaã diz que existe um lugar, além do deserto sem fim, onde as pessoas se respeitam e vivem em harmonia. A natureza não foi tocada pelo Primeiro Dia ou pelo aquecimento global.” — Página 277; Capítulo Final – O Novo.

E após o conhecimento desta atmosfera pós-apocalíptica, o que chama a atenção é que o universo inaugurado no livro pode se expandir. Descartar algum tipo de desmembramento da linha dorsal inaugurada em Planeta Brutal é um pouco precipitado.


Personagens Já que conhecemos onde se passa a história, por que não falarmos mais dos personagens em si? Assim como o ambiente sofreu uma degradação que o tornou demasiadamente hostil, os sobreviventes ao dia do juízo também precisaram se moldar. Afinal, em um território tão hostil, apenas os mais calejados sobreviveriam. A grande personagem do livro é, sem dúvida alguma, a Kaiara. Moldada pela dor de ver todos que amava serem mortos durante o apocalipse, a moça se vê em um dilema muito emblemático logo nos primeiros capítulos. Ela precisa atravessar o deserto para alimentar a esperança de ver seu filho crescer.

“Os estranhos acontecimentos daquele dia arruinaram a cidade e todos que eu conhecia foram mortos. Perdi meus familiares, meu pai, minha mãe, meus avós, minhas duas irmãs; perdi amigos e meu querido Lucca. Porém, o evento que chamamos de Primeiro Dia levou muito mais do que entes queridos e amores perdidos, levou nossa dignidade, nos tirou a humanidade.” – Página 20; Prelúdio.

“Levanto do chão duro e poeirento que me serviu de cama durante a longa e fria noite. Ele ainda dorme o sono dos justos. Sorrio ao vê-lo respirando sem saber ao certo o que o destino nos reserva. Pode parecer macabro, mas aprendi que todo dia pode ser o último.” – Página 32; Capítulo 1 – O Hoje.

Mas todo esse ar de mãe dedicada de Kaiara esconde uma verdadeira guerreira. A personagem faz mais a linha mulher poderosa e isso fica claro a cada cena de luta em que protagoniza.

“Seja quem for o miserável que me espreita, escolheu a adversária errada para lutar. Sou mãe.” — Página 35; Capítulo 1 – O Hoje.

“Kaiara parece estar muito irritada. A história dos dois deve ser longa e intensa. Não tenho dúvidas de que a mulher está se segurando para não matar seu rival.” – Página 133; Capítulo 21 – O Mensageiro.

Sem falar que ela maneja uma espada do tipo katana, o que a deixa ainda mais mortal.

“Calada por um tempo considerável, apreensiva, atenta e pronta, escuto o silêncio. A katana continua em riste e as mãos em volta de seu cabo, dedos já esbranquiçados pela força com que seguro a arma.” – Página 41; Capítulo 3 – A Proteção.

Como autor, gosto muito de trabalhar com personagens femininas e fortes. De certa forma, Kaiara é mais uma homenagem às mulheres, algo que já comecei em outro livro, Ácido &Doce, com a criação de Eveline. Obviamente, são duas mulheres diferentes entre si, mas que guardam todo esse poder dentro delas.

“Não faço a mínima ideia do que te aconteceu para que ficasse desse jeito, quase um vegetal, mas vim aqui somente para te ver, contemplar sua desgraça.” – Ácido & Doce; Página 58; Capítulo 5 – Fantasma.

Em contrapartida, temos também outro personagem que é retratado com frequência, o polêmico Judah, um ser desprezível de atitudes rudes e comportamento questionável. O Sobrevivente, como ele mesmo gosta de ser chamado, cruza o caminho de Kaiara e seu filho e, a partir de então, vê seu destino vinculado ao da moça durante quase todo o enredo.

“Devo admitir que a vagabunda é ousada, inteligente e uma adversária à minha altura. Não sei ao certo como me sentir em relação a isto.” – Página 52; Capítulo 6 – A Emboscada.

Judah faz o típico anti-herói e sua presença acrescenta um tom ainda mais sinistro para toda trama. As cenas de combate são fortes e impactantes, além dos discursos de ódio que são frequentes quando observamos o comportamento do personagem.

“Assassino. Gosta de me chamar de assassino, como se fosse tão superior a mim. Vou te falar uma coisa, maldito. Assim que você traiu seu irmãozinho com cara de bunda e abandonou seu precioso clã levando o prisioneiro mais valioso, acabou se igualando a mim. Somos dois vilões, bonitão.” — Página 211; Capítulo 37 – O Protetor.

A interação entre os dois, Kaiara e Judah, leva o enredo adiante e proporciona vários momentos interessantes ao leitor. Como autor, sempre gostei muito de trabalhar personalidades bem diferentes entre si e que, de alguma forma, se complementam.

“Pode ser apenas um palpite, mas você me parece um homem muito atormentado e homens atormentados tendem a não ser confiáveis. Quero que saiba que não é nada pessoal, mas estive pensando e não posso confiar em você... Ainda não.” – Página 126; Capítulo 20 – O Subjugado.

Devo fazer o alerta de que Judah possui mesmo características de alguém completamente preconceituoso e isso em nada tem a ver com a minha opinião de autor. Faço questão de sempre salientar isso, tanto é que há uma advertência expressa no começo do livro.

A partir do que entendo ser a metade da história, outros grandes personagens surgem e tomam conta de alguns capítulos. Acompanhamos de perto a sobrevivência de um clã chamado Rosa do Deserto, onde o leitor irá se deparar com pessoas dos mais variados tipos, como o sábio Mervil, o orgulhoso Jix, o convencido Ike e o heróico Ber. Mais um destaque entre os personagens é o núcleo infantil. Como mencionei acima, há o filho de Kaiara, o pequeno Diel. Além dele, outra garotinha chamada Kilin, doce e inocente. O grande desafio ao abordar este núcleo é descrever como seria a vida de crianças nascidas após o fim do mundo.

“Aproximo-me bem devagar, não quero atrapalhar o sono da garota. Quanto mais tempo ela puder viver longe dessa realidade macabra, melhor.” – Página 95; Capítulo 14 – O Pequeno Príncipe.

“Olho para trás e vejo o pequeno Diel se divertindo com as outras crianças, alheio aos problemas de adultos e aos planos de vingança da mãe. À sua semelhança, a infante Kilin também vive na inocência. Se realmente existe alguma semelhança, é neles que reside.”–Página 250; Capítulo 46 – O Ataque.

Por fim, o que seria de um livro com um enredo desses sem os vilões? Planeta Brutal coleciona alguns seres odiáveis, mas ninguém supera os dois maiores vilões em quesitos de maldade. Se os homens mais decentes se organizaram e formaram clãs na tentativa de reaver o desenvolvimento da humanidade, em contraponto temos os homens maus que se organizaram e formaram bandos, os quais conhecemos como “Bandos da Discórdia”.

“Com o passar dos tempos, tendo os Bandos da Discórdia um crescimento vertiginoso, os pequenos clãs, interessados em tentar restabelecer o progresso, eram engolidos e destruídos. Nômades, os integrantes destes bandos arruínam qualquer povo que se colocasse em seu caminho. Roubavam, saqueavam, estupravam, matavam, mutilavam e queimavam. Incutiam o terror e a danação por todos os lados, salgavam e amaldiçoavam a terra, até não restar mais nada de lugar por onde passavam.” – Página 12; Introdução.

Esses bandos se alimentam do medo dos homens de bem e vivem destruindo clã por clã. O líder de um desses bandos é tão cruel que passou a ser conhecido como “O Rei dos Reis”. Seu nome é Hazz.

“O homem é imenso, muito alto. Gordo, forte, robusto, talvez mais de 2,50 m de altura. Peitoral extenso e braços grossos como troncos de madeira. Ele sorri de desprezo ao me ver. Sobrancelhas arqueiam e demonstram o quanto é uma figura horrenda.” – Página 228; Capítulo 41 – Os Reis.

Outro vilão rotineiro é um grande cúmplice de Hazz, este chamado Alin.

Infelizmente, é impossível adentrar no mérito da relação entre esses personagens sem entregar revelações importantes sobre o enredo. Por isso, vou me abster de analisar este aspecto. Pelo menos por enquanto.


Confrontos Não é exagero dizer que o livro é recheado de cenas de lutas. Nem poderia ser diferente, se considerarmos o cenário, a trama em si e os personagens. Os confrontos diretos (e alguns indiretos) ocorrem o tempo todo, lembrando sempre que o perigo espreita pelos cantos.

“Há o som de aço esbarrando em aço. O problema é que o ataque de Hazz é tão forte que não consigo resistir. Minha mão larga o cabo da espada. Perdi minha arma logo no primeiro golpe.” – Página 229; Capítulo 41 – Os Reis.

“Dois dos cinco aquáticos começam a correr em minha direção. Um tem uma espada de curto alcance, o outro traz um machado de duas lâminas, o arqueiro permanece com uma flecha pronta, ao lado do possível líder...” – Página 60; Capítulo 7 – A Investida.

“Tudo acontece ao mesmo tempo. Consigo ferir o olho do canibal e belisco a barriga do gordo que segura minha mão. Mais um golpe, agora mortal, da lâmina é direcionado à garganta do outro que segura meus pés.” – Página 104; Capítulo 16 – O Massacre.


Questões Mas não apenas de lutas vivem os sobreviventes do apocalipse. A verdade é que muitas questões morais e internas surgem a partir da destruição. Alguns questionam a fé, a esperança e a humanidade.

“Em meio ao caos e à destruição, presenciei tanta crueldade e sentimentos ruins, que me fizeram perder a fé inúmeras vezes.” – Página 116; Capítulo 18 – A Libertação.

“De certa forma, é como se todos estivéssemos mortos mesmo. Vagamos pela vida sem ter certeza quanto ao futuro, mas a única constante da existência é a morte.” – Página 123; Capítulo 19 – Os Mortos.

Por outro lado, também há os otimistas e esperançosos, ainda que estes sejam poucos.

“Apesar de conseguir ver apenas aquele céu avermelhado, que em nada lembrava a cor azul que fora um dia, sabia que ainda havia esperanças. Foi por isso que fechou os olhos e agradeceu ao Deus que um dia acreditou.” - Página 29; Prólogo.

“Tenho que manter a fé, senhor. Tudo que preciso é de um ato de fé.” – Página 151; Capítulo 24 – O Corajoso.


Extras De todos os meus livros, Planeta Brutal é o que mais traz conteúdo extra. A edição foi bastante caprichada por conta do lindo trabalho da Coerência e tenho a honra de contar com algumas ilustrações do fantástico Rafael Danesin. Incluindo um pôster exclusivo na página 285. São tantos extras legais que o livro tem uma sessão só para isso. A partir da página 287, o leitor poderá conferir uma playlist (que inclui Alice Cooper, Guns’ N Roses e até Adele), informações relevantes, mapas e um surpreendente capítulo alternativo.


Conclusão Bem, esta é a análise que faço do livro. Como autor, é tão difícil quanto prazeroso, mas espero que seja uma ótima experiência ao leitor saber um pouco mais da perspectiva de quem criou o enredo. Agradeço demais pela oportunidade em conduzir esta matéria e espero que tenha despertado o interesse em vocês. Um forte abraço. Raphael Miguel.


Se você gostou da história vou deixar o link aqui onde vocês poderão comprar um exemplar de Planeta Brutal do Raphael Miguel ou pela Editora Coerência que também está disponível.

Espero que tenham gostado desta resenha com conteúdo exclusivo que trouxe para vocês.

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